Causas da Infertilidade
Masculina
A causa mais comum de infertilidade masculina é a baixa produção de espermatozoides. Há atividades profissionais que podem influenciar para a ocorrência ou não da gravidez. Algumas profissões (motoristas de caminhão, cozinheiros, metalúrgicos) expõem os homens a temperaturas mais altas na altura do quadril, o que pode comprometer a qualidade do seu esperma. O uso de certas substâncias (antidepressivos, remédio para a calvície e excesso de álcool, por exemplo) também pode ser um fator de influência.
Uma condição bastante citada no quesito da infertilidade masculina é a varicocele (dilatação dos vasos ao longo do cordão espermático). A varicocele está presente em 15% da população geral (adultos e adolescentes) e em 35% dos homens com infertilidade, porem há muita controvérsia sobre sua real ação na infertilidade e atualmente a classificação de varicocele tem sido considerada como uma variante do normal. As infecções também podem comprometer a qualidade do sêmen por aumentar a quantidade células de defesa e, por consequência, os radicais livres bastante tóxicos aos gametas masculinos.
Uma causa ainda mais complexa é a de origem aloimunológica. As células humanas têm uma espécie de “código de barras”, o chamado HLA, ou antígeno de histocompatibilidade. Quando o casal tem HLAs com partes semelhantes, o organismo da mulher pode “ler” a nova célula gerada no útero como uma sequência genética errada, acionando as células de defesa a eliminá-la.
Feminina
Uma das principais causas da infertilidade feminina está relacionada aos problemas de ovulação. Essas complicações aparecem tanto na quantidade de óvulos quanto na qualidade deles. No quinto mês de gravidez, um bebê do sexo feminino tem 20 milhões de óvulos. Quando nasce, 75% desses óvulos são perdidos. Do dia em que ela nasceu para o dia em que ela menstruou pela primeira vez, esses número cai para, mais ou menos, cerca de 500 mil óvulos. A partir da primeira menstruação, todo mês, ela seleciona mil óvulos, mas só usa um; os outros 999 são jogados fora. Aos 35 anos, a maioria das mulheres terá menos de 10% de sua reserva ovariana, ou seja, do número de óvulos com que nasceu. Aos 40, essa taxa deve ficar em torno de 2,5%.
Além da diminuição da quantidade de óvulos trazida pelo aumento da idade, outra causa de infertilidade feminina é a deficiência de ovulação resultante de outros fatores. Mulheres submetidas a tratamentos como quimioterapia e radioterapia geralmente deixam de ovular. Outra causa de ovulação deficiente é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), alteração endócrina pela qual os ovários apresentam-se aumentados de tamanho e contêm múltiplos cistos (sacos repletos de líquido). Nesse quadro, a concentração de hormônios masculinos costuma estar elevada, algumas vezes produzindo características masculinas, além de acne e aumento de pelos pelo corpo.
Para que ocorra o encontro entre o espermatozoide ejaculado e o óvulo liberado pelo ovário, é preciso que o caminho esteja livre. A tuba uterina se presta a este serviço de ligação entre a cavidade uterina e o ovário. Em alguns casos, por causas diversas, como alterações infecciosas (clamídia, gonorreia, apendicite), endometriose, danos por gestações ectópicas (fora do útero), ou cirurgias pélvicas (laqueadura tubária, cirurgia anexial), a mulher pode ter esse caminho bloqueado, impedindo o encontro dos gametas.
A endometriose é a presença do endométrio fora da cavidade uterina. O endométrio é o tecido interno do útero, que o prepara para receber a gestação. Todo mês, quando a gestação não ocorre, parte do endométrio descama, dando origem à menstruação. Quando essa mucosa aparece em outras partes, que não o útero, é chamada de endometriose. Estudos mostram que 50% das mulheres com endometriose têm problemas de fertilidade. A outra metade, não. Os problemas podem ser: alteração na ovulação, alteração das trompas (entupimento), deficiência no transporte do óvulo fecundado, dificuldade de fertilização do óvulo e dificuldade de aderência do óvulo fecundado.