Cirurgia Robótica – Procedimentos

Cirurgia Robótica - Procedimentos

Cirurgia Robótica – Procedimentos

É a cirurgia realizada para o tratamento do câncer de próstata, e consiste na retirada da próstata e das vesículas seminais - órgãos onde se armazena o esperma. É importante ressaltar que a próstata não tem relação com libido ou ereção, mas sim a função de produzir o líquido prostático que mantém o esperma viável para ocorrer a fecundação. A próstata é um órgão que fica entre a bexiga e a uretra, e na cirurgia, o que fazemos é anastomosar (costurar, juntar dos tecidos) a bexiga com uma parte da uretra, pois a uretra é dividida em quatro partes, e uma delas começa dentro da próstata. Este é um procedimento que atinge os melhores índices de cura no tratamento do câncer de próstata em fase inicial. Um dos inconvenientes pós-operatórios que pode ocorrer, é a incontinência.
O cirurgião não alcança a perfeição de reconstruir a uretra-bexiga (junco uretrovesical) como a natureza, mas com a tecnologia, conseguimos chegar muito próximo. Geralmente, na cirurgia de Prostatectomia Radical aberta, os índices de incontinência pós-operatória, vão variar de 5% a 10% ao final de um ano, ou seja, o paciente pode ficar um ano com algum grau de incontinência, que vai melhorando gradativamente.
A vantagem de fazer esta cirurgia através do procedimento robótico é a liberdade de movimentos proporcionados pelos aparelhos, onde o robô imita os movimentos da mão com muita precisão. Outro aspecto é a visão privilegiada em 3D. O resultado é uma anastomose (costura) mais hermética, mais próxima do natural, e então, os índices de incontinência na cirurgia robótica são muito menores e a recuperação é mais precoce. Geralmente na cirurgia robótica o paciente retoma a continência em até três meses, podendo ser variável desde uma semana até um ano ( em casos raros). Há pacientes que o cirurgião pode tirar a sonda e no dia seguinte ele está continente. Desta forma, para o paciente, uma das vantagens do procedimento robótico, é o tempo menor do uso da fralda ( relacionada com a incontinência) após a cirurgia. Há uma grande diferença em usá-la um ano contra três meses ou nem um mês.
Ocorre outra grande vantagem da Prostatectomia Radical pelo procedimento robótico. Os nervos responsáveis pela ereção passam muito perto da próstata – daí as pessoas acharem ( erroneamente) que a próstata é a responsável pela ereção. Durante a Prostatectomia Radical, principalmente na cirurgia aberta, os nervos muitas vezes são lesados, e com isso, o índice de impotência é maior. Na cirurgia robótica, como o cirurgião tem uma maior magnificação, melhor liberdade e precisão de movimento e a visão é 3D, na maioria das vezes conseguimos preservar estes nervos. Porém, é necessário advertir o paciente de que isso não significa que ele vai ficar potente (uma vez que mesmo preservado, o nervo pode sofrer lesão traumática da manipulação do procedimento), mas se compararmos os índices de impotência nos procedimentos da Prostatectomia Radical através da cirurgia aberta ou robótica, observamos que a Cirurgia Robótica apresenta muitas vantagens, com índice de impotência aqui de 94 % em 12 meses.

O câncer de rim é tratado com intuito de cura pela cirurgia pois este tipo de tumor é resistente a quimio e radioterapia. No passado recente, o tratamento para câncer de rim era a retirada do órgão independente do tamanho tumoral. Vários estudos demostraram que a nefrectomia radical ( retirada total) está associada a índices maiores de doenças cardiovasculares e insuficiência renal. Desta forma chegamos a expansão das indicações de nefrectomia parcial visando poupar riscos cardiovasculares e diálise.
Em relação a técnica o grande desafio desta cirurgia se relaciona com a vascularização renal devido irrigação vascular direta da artéria aorta e veia cava. Na cirurgia de Nefrectomia Parcial colocamos grampos cirúrgicos na artéria e a veia renal para evitar grande sangramento durante a ressecção tumoral. Retirado o tumor, com o rim aberto, o cirurgião tem de reconstruir o orgão com expertise e rapidez, pois o órgão só pode ficar até 30 minutos em isquemia (clampeado).   Acima de 30 minutos pode apresentar lesão renal aguda. Durante a cirurgia aberta o cirurgião faz este procedimento segurando o rim para realizar a costura. No procedimento pela via robótica, minimamente invasivo, os braços do aparelho reproduzem os movimentos da mão humana de forma precisa e com segurança. Evitamos assim sangramento, possibilitando uma reabilitação mais rápida, menos dor e os benefícios da cirurgia minimamente invasiva.

O rim tem a função de filtrar o sangue e produzir urina que desce  pelo ureter ate a bexiga para posterior micção. A área onde o rim se une ao ureter se chama  Junção uereteropélvica. Alguns pacientes tem a estenose (estreitamento ) da junção que na maioria das vezes e ocasionado pelo posicionamento anômalo ( local indevido) de uma  artéria  renal que chega ao órgão  na frente da junção. O vaso anômalo, comprimindo e fazendo peso nesta junção, leva ao acumulo  acúmulo de urina no rim por dificuldade de excreção ao ureter. Com o passar dos anos, o paciente começa a ter urina acumulada no rim. Como a urina é tóxica, começa a destruir a parte funcional do rim. O tratamento é cirúrgico para ressecção da área estenosada, doente, e  posterior costura da parte saudável do rim com ureter.  O detalhe é que o ureter é muito estreito com 4 milímetros de espessura na cirurgia aberta a visualização é mais complicada. Pelo procedimento pela via laparoscopia isso se torna muito melhor, e  com o robô o cirurgião tem mais liberdade de movimento e rapidez com resultados funcionais melhores , além de melhor estética e menor dor.

O tumor de bexiga é uma cirurgia considerada avassaladora para o paciente, pois é necessário retirar a bexiga e reconstruí-la. Esta reconstrução pode ser através da confecção de  uma nova bexiga com o intestino ou através da comunicação dos ureter com um pedaço de intestino e comunicação com a pele , ficando com uma saída definitiva e continua para o exterior (“urostomia”). Como é uma cirurgia grande, durante o procedimento a barriga fica aberta por longo período de tempo gerando no pós operatório desconforto para o paciente (intestino lento, náusea, vomito, e o intestino por muitas vezes  demora a voltar a funcionar). Com a cirurgia robótica, retira-se a bexiga por pequenas incisões, mantendo o abdômen fechado mais tempo e posteriormente e ressecção do órgão, , fazemos uma pequena incisão, com exteriorização  do intestino e , a reconstrução da bexiga e facilitada e mais precisa pela liberdade de movimentos . Outra grande  vantagem para o paciente, e diminuição do tempo cirúrgico e  sangramento, além de diminuir complicações pós cirúrgicas inclusive infecções.

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