Câncer de Próstata

Câncer de Próstata

Ninguém sabe exatamente o que causa o câncer de próstata. No entanto, sabe-se que não é uma doença contagiosa e que alguns fatores de risco fazem com que certos homens tenham mais chance do que outros de desenvolvê-la.
O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum do homem e estima-se nos Estados Unidos que na média um em cada seis homens vai desenvolver a doença.

Idade – Idade é o fator mais importante, sendo incomum antes dos 45 anos e mais comum após os 60.

História familiar – Se um parente de primeiro grau (pai ou irmão) já desenvolveu a doença, o risco é maior.

Raça – Acredita-se que a questão racial possa ser importante no desenvolvimento do câncer de próstata. Nos Estados Unidos, a doença é mais comum entre negros. Mas isso não se repete necessariamente em outros países, nos quais há grupos descendentes de tribos africanas de diferentes etnias. No Oriente, de forma geral, é menos frequente. No entanto, essa baixa incidência pode não ter exclusivamente o fator racial como justificativa, já que orientais que migram para o Ocidente e adquirem hábitos locais, apresentam risco de câncer de próstata progressivamente maior nas gerações subsequentes.

Dieta – Alguns estudos sugerem que o câncer de próstata está relacionado à dieta rica em carne e gordura animal, enquanto que a dieta rica em frutas e vegetais poderia ser um fator protetor. Condições como crescimento benigno da próstata, obesidade, tabagismo, ter realizado vasectomia, uma infecção viral da próstata e a falta de exercícios físicos não são considerados fatores de risco.

Detecção precoce – Como o câncer de próstata localizado ou em estágio inicial normalmente não causa sintomas, deve-se tentar descobrir a doença antes de os sintomas aparecerem. Para isso, preconiza-se a realização do exame da próstata pelo toque retal. A coleta de um exame de sangue, o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) é um tema controverso no meio médico, embora a dosagem dessa substância seja um marcador importante para o câncer de próstata. Por um lado, o risco de falso-positivos pode estar associado a intervenções invasivas e desnecessárias. Mas, por outro, a detecção precoce está vinculada a uma perspectiva melhor da eliminação total do tumor. As diretrizes americanas sugerem que homens a partir dos 50 anos de idade procurem o urologista para investigar a saúde da glândula. Para aqueles com histórico de câncer na família recomenda-se aos 45 anos.

  • Exame de toque – Também conhecido por exame digital da próstata pelo reto, é realizado pelo médico para identificar áreas endurecidas na próstata e outras alterações que podem levá-lo a suspeitar de câncer. Dura poucos segundos e é indolor.
  • PSA – É mensurado no sangue e utilizado como marcador do câncer de próstata, sugerindo a presença da doença principalmente quando o valor total está maior que 2,5 ng/ml. No entanto, pode aumentar em outras doenças da próstata, como no crescimento benigno e na prostatite (infecção e inflamação da próstata). Existem outras frações do PSA (livre e ligadas a outras moléculas) e outros parâmetros que podem ajudar o médico a suspeitar de um eventual câncer de próstata, como a velocidade de crescimento do PSA (quanto que aumenta de ano para ano), a densidade do PSA (relação do resultado do exame com o tamanho da próstata) e o PSA esperado para a idade.

Sintomas – A maior parte dos homens com câncer de próstata inicial não tem sintomas. O desconforto para urinar ou a presença de sangue na urina ou no esperma são mais relacionados ao crescimento benigno da próstata ou prostatite. Uma avaliação urológica muitas vezes é necessária para esclarecer a real origem desses sintomas.

Diagnóstico – O diagnóstico é feito através de biópsia (retirada de pequenos fragmentos por agulha fina introduzida pelo reto) guiada por ultrassom e feita com sedação. Os fragmentos removidos são analisados por um médico patologista que evidencia a existência ou não do problema.

Este exame tornou-se padronizado e realizado rotineiramente nas melhores instituições, com baixo risco de complicações graves e com rápido retorno do indivíduo às suas atividades normais. Um exame de biópsia realizado não exclui totalmente a presença da doença e outras biópsias podem ser necessárias dependendo da análise de vários fatores de risco.

Estágios da doença – Quando o diagnóstico é confirmado pela biópsia, é necessário realizar uma série de exames que irão determinar se a doença está localizada na próstata, se está um pouco além dos limites da próstata, ou se células malignas já se espalharam para outros órgãos.

Opções de tratamento

    • Doença localizada – É o estágio que pode oferecer as maiores chances de cura. Existem algumas opções de manejo da doença a serem discutidas:
  • Cirurgia – É chamada de prostatectomia radical. Consiste na remoção completa da próstata, vesículas seminais e eventualmente dos gânglios linfáticos que possam estar comprometidos. Depois da remoção da glândula, a bexiga é conectada à uretra através de pontos e deixa-se uma sonda que sai pelo orifício do pênis. Esta sonda drena a urina, protege os pontos realizados e permanece após a cirurgia por um tempo que varia de cinco a 14 dias. Na cirurgia, pode-se ou não preservar os nervos responsáveis pela ereção que passam muito perto da próstata e isso depende principalmente das condições locais, principalmente da suspeita de invasão dos nervos pelo tumor. A cirurgia pode ser feita por três vias distintas: aberta, laparoscópica ou robótica.
  • A via aberta consiste em uma incisão abdominal realizada abaixo da cicatriz umbilical até próxima do osso acima da base do pênis.
  • A via laparoscópica consiste em um acesso abdominal através de quatro ou cinco incisões de 5 mm a 10 mm, com insuflação de gás e visão do campo cirúrgico por um monitor conectado a uma microcâmera inserida no abdômen por um desses furos. Esta técnica pode ser realizada também com um auxílio de um robô (chamado Da Vinci).
  • A via perineal consiste em uma incisão entre o escroto e o ânus com acesso direto à próstata. Por esta via há a limitação da possibilidade de remoção dos gânglios. Não há consenso sobre qual a melhor via de acesso para a realização da prostatectomia radical e alguns cirurgiões têm mais experiência e/ou preferência por uma ou outra técnica. As vantagens e desvantagens de cada uma devem ser discutidas com o urologista.
  • Radioterapia – Consiste na aplicação de radiações direcionada para a próstata. Pode ser feita por radiação externa (conformacional 3-D e com intensidade modulada – IMRT Intensity Modulated Radiation Therapy) ou por implante de sementes radioativas (braquiterapia) na próstata, que é feito sob anestesia.
  • Doença localmente avançada – Quando o tumor ultrapassa os limites da glândula, existem algumas possibilidades de tratamento a serem consideradas e discutidas, como o bloqueio do hormônio masculino por um período prévio, concomitante ou posterior à realização de cirurgia ou da radioterapia.
  • Doença metastática – Quando se identifica locais de disseminação do tumor para outros órgãos, como nos ossos, por exemplo, o tratamento pode ser o bloqueio do hormônio masculino. As células malignas na próstata crescem estimuladas pelo hormônio masculino, e o bloqueio desse hormônio pode fazer com que o tumor em qualquer local do corpo regrida e fique latente. Existem várias formas de realizar o bloqueio do hormônio e o procedimento a ser adotado, bem como seus possíveis efeitos colaterais, deve ser discutido com o médico. Quando a doença já não responde à hormonioterapia, a quimioterapia atual é eficaz no tratamento de sintomas e no aumento da expectativa de vida dos pacientes com câncer de próstata.

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